segunda-feira, 29 de agosto de 2016

MITOLOGIA GREGA


O mito nasce como uma forma de interpretar os fenômenos da natureza e também de entender o comportamento humano diante das situações a que cada ser humano é exposto no seu dia a dia.

Há inúmeras mitologias, mas como a filosofia ocidental é fundamentalmente grega, em sua gênese, Isto é, na sua origem, não fica difícil de entender que a mitologia grega exerce grande importância no estudo da filosofia.

Os mitos revelam aquilo que nós humanos temos em comum: a busca da Verdade e da interioridade, com respostas criativas e, às vezes, audaciosas, isto é: histórias que utilizam seres fantásticos, forças da natureza e uma série de eventos que despertam nossa imaginação.

O mito uma vez revelado torna-se uma verdade absoluta que não deve ser questionada. Contudo, na história ocidental, a filosofia exerceu o papel de “a grande questionadora do mito”.

Os primeiros filósofos que eram amantes da natureza, do saber que vinha do conhecimento da natureza, não aceitaram as respostas prontas dadas pelos Mitos e foi nessa busca pelo conhecimento verdadeiro, nesse amor pelo saber. que surge a filosofia como a mãe de todas as ciências.

Funções do mito

1-      Compreender a realidade;

2-     Tranquilizar o ser humano em um mundo assustador;

3-      Fixar modelos de comportamento humano (ética) e;

4-      Explicar a origem das coisas, do universo, dos fenômenos.

A mitologia grega está principalmente contida nos escritos de Homero e Hesíodo; nos livros Ilíada e Odisseia e Teogonia.

O mito grego é recheado de histórias de deuses e deusas, heróis, semi-heróis que são os filhos dos deuses com humanos e, também, de seres fantásticos como: Pégasus, o cavalo alado; Medusa, a mulher cobra; Minotauro, o homem touro e Ciclopes, os gigantes de um olho só. Entre tantos outros personagens.


Os mitos gregos também abordam aspectos do comportamento humano como o mito de Narciso, sobre a vaidade e arrogância.  Ou o mito do Rei Midas e o toque de ouro, sobre orgulho e ganância. Ou ainda, o mito de Eros e Psique sobre o amor e a confiança, entre tantos outros.

                                                                                                              Texto: Prof.Odair José Simões


Perseu e a monstruosa Medusa

Há muito tempo atrás havia um menino muito forte e valente que se chamava Perseu.  Ele protegia a sua mãe que era muito bonita do rei das terras em que eles moravam.  O rei queria se casar com a sua mãe, mas ela não queria, porque não gostava da expressão má e furiosa em seu rosto.
O rei planejava se livrar do rapaz e certo dia chamou Perseu ao palácio. O rei falou que deixaria sua mãe em paz com uma única condição: Perseu deveria trazer a cabeça da monstruosa Medusa em uma bandeja para o rei.

Medusa e suas duas irmãs eram monstros assustadores chamados Górgonas e em sua cabeça em vez de cabelos brotavam serpentes e todos que olhavam para ela viravam pedra.

Medusa era muito furiosa e Perseu precisava de um Elmo para torná-lo invisível, um par de sandálias com asas para voar e uma sacola de prata para colocar a cabeça da Medusa dentro.

Perseu foi ao encontro das feiticeiras para pegar as sandálias com asas, o elmo mágico e a sacola de prata. Perseu colocou elmo para ficar invisível e voou para dentro do covil da Górgona. Ele nunca tinha visto algo tão terrível antes e ele arrancou a cabeça da Medusa com um só golpe e a levou para o rei que ao olhar para a Medusa se transformou em pedra e Perseu se tornou o novo Rei.

Texto: Aluna Milena Sara Mascaro – 5º Ano B




quinta-feira, 25 de agosto de 2016

POR QUE AS PESSOAS SOFREM?

   

— Vó, por que as pessoas sofrem?
— Como é, minha neta?
— Por que as pessoas grandes vivem bravas, irritadas, sempre preocupadas com alguma coisa?
— Bem, minha filha, muitas vezes porque elas foram ensinadas a viver assim.
—Vó...
—Oi...
— Como é que as pessoas podem ser ensinadas a viver mal? Não consigo entender. Na minha escola a professora só me ensina coisas boas.
— É que elas não percebem que foram convencidas a ser infelizes, e não conseguem mudar o que as torna assim. Você não está entendendo, não é, meu amor?
—Não, Vovó.
— Você lembra da estorinha do Patinho Feio?
— Lembro.
— Então... o Patinho se considerava feio porque era diferente. Isso o deixava muito infeliz e perturbado. Tão infeliz, que um dia resolveu ir embora e viver sozinho. Só que o lago que ele procurou para nadar havia congelado e estava muito frio. Quando ele olhou para o seu reflexo no lago, percebeu que ele era, na verdade, um maravilhoso cisne. E, assim, se juntou aos seus iguais e viveu feliz para sempre.
— O que isso tem a ver com a tristeza das pessoas?
— Bem, quando nascemos, somos separados de nossa Natureza-cisne. Ficamos, como patinhos, tentando aceitar o que os outros dizem que está certo. Então, passamos muito tempo tentando virar patos.
— É por isso que as pessoas grandes estão sempre irritadas?
— É por isso! Viu como você é esperta?
— Então, é só a gente perceber que é cisne que tudo dará certo?
— Na verdade, minha filha, encontrar o nosso verdadeiro espelho não é tão fácil assim. Você lembra o que o cisnezinho precisava fazer para poder se enxergar?
— O que?
— Ele primeiro precisou parar de tentar ser um pato. Isso significa parar de tentar ser quem a gente não é. Depois, ele aceitou ficar um tempo sozinho para se encontrar.
— Por isso ele passou muito frio, não é, vovó?
— Passou frio, fome e ficou sozinho no inverno.
— É por isso que o papai anda tão sozinho e bravo?
— Não entendi, minha filha?
— Meu pai está sempre bravo, sempre quieto com a música e a televisão dele. Outro dia ele estava chorando no banheiro...
— Vó, o papai é um cisne que pensa que é um pato?
— Todos nós somos, querida. Em parte.
— Ele vai descobrir quem ele é de verdade?
— Vai, minha filha, vai. Mas, quando estamos no inverno, não podemos desistir, nem esperar que o espelho venha até nós. Temos que exercer a humildade e procurar ajuda até encontrarmos.
— E aí viramos cisnes?
— Nós já somos cisnes. Apenas temos que deixar que o cisne venha para fora e tenha espaço para viver e para se manifestar.
— Aonde você vai?    
— Vou contar para o papai o cisne bonito que ele é!

A boa vovó apenas sorriu!


Texto retirado:
http://paxprofundis.org/livros/parabolas/parabolas.html

O QUE SÃO EMOÇÕES E SENTIMENTOS?





QUAIS EMOÇÕES NOS CAUSAM DOR E QUAIS NOS CAUSAM PRAZER?

Tipos de Emoções

António Damásio distingue três tipos de emoções:

     - Emoções primárias/ iniciais/ universais: surgem durante a infância, sendo úteis para uma reação rápida quando emergem determinados estímulos do meio. Envolvem um elevado fluxo de energia e podem existir sem termos consciência delas, caso sejam inatas. Além disso, refletem diretamente as mudanças dos estados de espírito. É neste tipo de emoções que se enquadra o medo, a alegria, a tristeza, a raiva, o afeto e o nojo.

     - Emoções secundárias/ sociais/ adultas: experimentadas mais tarde, dependem de uma aprendizagem e, portanto, de interações sociais. Implicam uma avaliação cognitiva das situações, envolvendo, por isso, as áreas do córtex pré-frontal. Temos como exemplos a vergonha, o ciúme, a culpa e o orgulho.

     - Emoções de fundo: causadas, por exemplo, por um esforço físico intenso, pelo remoer de uma decisão complicada de tomar ou pela ansiedade em relação a um acontecimento agradável/desagradável que nos espera. Temos como exemplos o bem-estar, o mal-estar, a calma ou a tensão. 
             
                                                                              Fonte: http://cerebro.weebly.com/index.html



Também chamadas de Primárias.


domingo, 21 de agosto de 2016

A QUEM PERTENCE O PRESENTE?

O SÁBIO SAMURAI

Perto de Tóquio, vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar Zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde, um guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos, apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação. Esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para observar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo e aumentar sua fama.

Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho e sábio samurai aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade. Lá, o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos que conhecia, ofendendo, inclusive, seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho sábio permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro desistiu e retirou-se.

Desapontados pelo fato de o mestre ter aceitado tantos insultos e tantas provocações, os alunos perguntaram: — Como o senhor pôde suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que poderia perder a luta, ao invés de se mostrar covarde e medroso diante de todos nós?

Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? — perguntou o Samurai.

A quem tentou entregá-lo — respondeu um dos discípulos.

O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos — disse o mestre. — Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a serenidade, só se você permitir! 

O filósofo Sartre dizia que o "inferno são os outros", mas se o inferno são os outros e de fato em algum momento de nossa vida essa máxima é verdadeira; o céu ao contrário depende de nós. 


Trecho do Sermão da Montanha de Jesus

       Ouvistes o que foi dito: “Olho por olho e dente por dente”. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas se alguém te ofender com um tapa na face, volta-lhe também a outra. E se alguém quiser processar-te e tirar-te a túnica, deixa que leve também a capa. Assim, se alguém te forçar a andar um quilômetro, vai com ele dois. Dá a quem te pedir e não te desvies de quem deseja que lhe emprestes algo. Ame os que te odeiam.
       Ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus, pois Ele faz raiar o sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Porque se amardes somente os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os pecadores igualmente assim? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de notável? Não agem os gentios também dessa maneira? Assim sendo, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos céus. 


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O QUE É GENEROSIDADE?

A ÁRVORE GENEROSA
Odair José Simões
A Árvore Generosa é uma reflexão sobre a vida. Tudo o que queremos é sermos felizes. Sonhamos com coisas que nos tragam felicidade. Muitas coisas são bens materiais passageiros, efêmeros, que passam por nossas vidas, mas não marcam nossa alma. Para sermos felizes precisamos de amigos, precisamos de pessoas que nos cercam de carinho, de ternura, de atenção. Ninguém é uma ilha. Ninguém é feliz só.

O menino amava a árvore e era feliz porque era criança e a felicidade é mais simples, mais fácil de se encontrar nessa etapa de nossa vida.

Quando se cresce, a felicidade fica escassa. O nosso mundo parece distante daquele mundo que um dia vivemos. Chegam os problemas, as dificuldades, os sonhos desfeitos, as decepções, muitas vezes as paixões não correspondidas, os encantos perdidos e nos falta a certeza da felicidade. Por isso, fica fácil colocar a felicidade em bens materiais como o dinheiro.

Aos poucos, o tempo passa e percebemos que a felicidade deve estar em algo mais duradouro como a família e os amigos, contudo, o tempo continua a passar... sem compaixão nos ferindo a alma, martirizando o coração, e de repente já estamos mais velhos, cansados; às vezes, doentes; às vezes, sozinhos. E então a felicidade se torna escassa novamente, olhamos para trás e pensamos: será que tudo o que fizemos poderíamos ter feito diferente? Teríamos sido mais felizes assim?

Trata-se de uma pergunta que não tem resposta, pois a vida é uma só e, no final da vida ficamos como aquele menino-velho ou velho-menino que chega até a árvore e diz: “já não busco muita coisa só um lugar sossegado onde eu possa me sentar, pois já estou muito cansado” e a vida se torna menos complexa e, a felicidade se torna uma sensação interior de paz, principalmente, se as escolhas feitas não nos trouxeram arrependimentos.
      
         A história da Árvore Generosa também nos coloca diante da situação da humanidade que explora a natureza, que esgota os recursos naturais em busca de sua felicidade. Nós, humanos, nos parecemos com aquele menino que sempre quer mais, que nunca está satisfeito com o que tem; que deixa um rastro de destruição por onde passa e, que mesmo assim, nosso planeta, nosso querido planeta, nossa casa comum continua a nos abrigar como uma mãe generosa que embala o filho nos seus braços.


Muitas reflexões ainda podem ser feitas a partir desta história tão simples e tão complexa ao mesmo tempo.  Uma das questões amplamente discutidas em sala de aula foi a Ética do Amor: a GENEROSIDADE, tão bem expressa nessa história, uma vez que a generosidade é a qualidade daquele que tem um bom coração; daquele que se preocupa, que ajuda o próximo sem esperar nada em troca, fazendo sua felicidade o ato de ajudar, como bem diz a ética cristã: “Há mais felicidade em dar do que em receber”. 


quinta-feira, 18 de agosto de 2016

O QUE SÃO JOGOS OLÍMPICOS?

JOGOS OLÍMPICOS

A cada quatro anos, atletas de centenas de países se reúnem num país sede para disputarem um conjunto de modalidades esportivas. A própria bandeira olímpica representa essa união de povos e raças, pois é formada por cinco anéis entrelaçados, representando os cinco continentes e suas cores. A paz, a amizade e o bom relacionamento entre os povos e o espírito olímpico são os princípios dos jogos olímpicos.

Origem dos Jogos Olímpicos

Os Jogos Olímpicos foram criados pelos gregos por volta de 2.500 a.C. como uma homenagem a Zeus, o maior dos deuses, segundo a mitologia grega. Gregos de várias cidades se uniam no santuário da cidade de Olímpia (daí o nome “Olimpíadas”) para disputar as competições esportivas; o evento era tão importante, que eram selados acordos de cessar-fogo e tréguas entre cidades inimigas antes da realização dos jogos.

Foi somente em 776 a.C. que ocorreram pela primeira vez os Jogos Olímpicos, de forma organizada e com participação de atletas de várias cidades-estados. Podiam participar das competições apenas os cidadãos livres, disputando provas de atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros. O primeiro vencedor foi o atleta Coroebus.

Além da religiosidade, os gregos buscavam através dos Jogos Olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. Mostra também a importância que os gregos davam aos esportes e a manutenção de um corpo saudável.

No ano de 392 d.C., os Jogos Olímpicos e quaisquer manifestações religiosas dedicadas aos deuses gregos foram proibidas pelo imperador romano Teodósio I, após converter-se para o Cristianismo religião oficial do Império Romano.

Jogos Olímpicos da Era Moderna

Somente no ano de 1.896, os Jogos Olímpicos foram retomados na cidade de Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira.

O lema olímpico "Citius, altius, fortius" (mais rápido, mais alto e mais forte) foi proposto por Pierre de Fredy, em 1894. Porém, o lema só foi oficialmente introduzido nas Olimpíadas de Paris de 1924. 

Fonte:  http://www.suapesquisa.com/olimpiadas


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A LIÇÃO DO LÁPIS

O menino olhava a avó escrevendo uma carta.

A certa altura, perguntou:

- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco?
E por acaso, é uma história sobre mim?

A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:

- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. 
Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.

O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.

- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!

- Tudo depende do modo como você olha as coisas.
Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las,
será sempre uma pessoa em paz com o mundo.

"Primeira qualidade:
Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade"
.

"Segunda qualidade:
De vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo,
e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores,
porque elas o farão ser uma pessoa melhor."

"Terceira qualidade:
O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos
não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça".

"Quarta qualidade:
O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você."

"Finalmente, a quinta qualidade do lápis:
Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, por isso procure ser consciente de cada ação que fizer".


Paulo Coelho


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O QUE É LIBERDADE?

“Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta,
que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.”
Cecília Meireles

A liberdade não é explicável, mas é entendível. De fato, há mais de dois milênios os filósofos vêm refletindo sobre o conceito de liberdade e ainda não chegaram a uma definição unânime.
O conceito de liberdade é complexo. Vamos começar fazendo uma pergunta à queima-roupa: como você definiria liberdade?  Responda em seu caderno.

As várias formas de liberdade
A liberdade é qualificada de acordo com o objetivo a que se refere. Por exemplo, liberdade física é que nos confere o direito de locomoção, de ir e vir. Quando somos privados desse direito por ilegalidade ou abuso de poder, a Constituição nos garante o recurso jurídico do habeas corpus (em latim, “que tenhas o teu corpo”), por meio do qual se pode revogar uma prisão considerada injusta. Mas, em nossa sociedade perigosa e violenta, a liberdade de locomoção é cada vez mais restrita.
A liberdade política nos concede o poder de atuar nos rumos da organização da sociedade. Também esse aspecto da liberdade é dificultado por forças interessadas em manter privilégios.
A liberdade jurídica nos torna iguais em diretos e deveres perante a lei, o que entre nós ainda é uma utopia.
A liberdade religiosa nos permite seguir o credo de nossa preferência ou de não seguir nenhum credo.
A liberdade profissional nos dá a possibilidade de seguir a profissão que vá ao encontro de nossos interesses e tendências. Mas entre esse direito e a realidade do trabalho no Brasil existe uma grande distância.

Os limites da liberdade

Somos limitados, condicionados, determinados por uma série de fatores que não dependem de nossa vontade. Em filosofia, a palavra necessidade sintetiza todos os obstáculos que agem sobre nós e nos impede de ser, fazer e conseguir o que gostaríamos.
Alem desses condicionamentos ou determinismos inevitáveis, existem outro, evitáveis, criados pelo próprio homem. O ladrão, por exemplo, corre o risco de perder a liberdade de locomoção, e os que se drogam se arriscam a ficar viciados, escravizando-se às drogas. A liberdade, como a saúde, requer cultivo e vigilância.
Mas as restrições à liberdade não são criadas apenas pelos indivíduos, isoladamente. É na organização social e política que se constrói a maioria dos entraves à liberdade. Um povo de analfabetos, doentes e famintos tem uma liberdade restrita às suas condições subumanas. O que podemos fazer então?

A liberdade como conquista

A liberdade não é uma dádiva, algo que recebemos sem esforço. Ao contrário, ela é uma conquista que pode conduzir a outras conquistas, um caminho que pode levar a outros caminhos, com novos obstáculos e horizontes. O uso da liberdade faz a história do indivíduo e da sociedade. Segundo Sartre, não importa o que fizeram de nós, não importam as condições adversas em que nos encontramos: importa é o que podemos fazer com o que fizeram de nós.

Livres com os outros

“Temos aprendido a voar com as aves, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.”
Martin Luther Kings

Costuma-se dizer: “Minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro”. Isso só faz sentido em algumas situações, como no condomínio de um edifício. Tenho liberdade para ouvir a música que quiser. O volume, porém, não deverá incomodar o vizinho.

Mas o exercício da liberdade se realiza com o outro, na interação social, na verdadeira política, na luta pela justiça, pela igualdade dos direitos essenciais, pela solidariedade. O individualismo, o “cada um por si”, enfraquece nosso poder de ação.
É conhecida a velha história do pai que, à beira da morte, chamou os filhos e deu um feixe de varas para que cada um tentasse quebrá-lo. Ninguém conseguiu. Então, ele desamarrou o feixe e foi quebrando vara por vara. Com isso, o sábio pai quis demonstrar o poder da união e a fragilidade do individualismo.

PARA REFLETIR

Crie ou encontre no texto frases que expressem bem a importância da liberdade.
Relacione os fatos evitáveis e inevitáveis que limitam a liberdade.
Faça um comentário sobre a liberdade como conquista. Cite exemplos de pessoas.
Que relação existe entre individualismo e liberdade?

Comente a afirmação de Sartre: “O futuro do mundo está em nossas mãos.”


Fonte:Para Filosofar. – Ed. Reform. – São Paulo: Scipione, 2007, (Vários autores),pags. 81-85.

O QUE É A FELICIDADE?

ÁGUIA SONHADORA
Autor: Vanildo de Paiva

Pepe era uma águia muito inquieta. Nasceu entre as montanhas bem no centro da floresta em meio a árvores e copas entrelaçadas e floridas conhecidas apenas pelo sol, pela chuva, pelo vento e pelas estrelas.
No cume daquela montanha há milhões de quilômetros dali havia uma estrela tímida que certamente surgiu naquela noite, quando Pepe deixou o aconchego do ovo para enfrentar a desconhecida floresta.
Logo que nasceu as primeiras penas, ele arriscou um voo ousado do alto do ninho, sem muito sucesso. Mas, algo lá no fundo dizia a ele que um dia ia conseguir. Quem sabe seria ainda muito feliz...
 “Mas, na verdade, o que é ser feliz?” perguntava-se. Nunca seus pais lhe falaram sobre isso. E foi assim que Pepe saiu pela floresta em busca da felicidade.
Não custou muito para Pepe perceber que a floresta era bem maior do que ele pensava... e também muito misteriosa. Foi então que conheceu um abutre assustador. Sentiu muito medo. Pensou até em fugir, mas se quisesse mesmo conhecer a vida precisaria ter coragem para enfrentar os seus muitos medos.
__ Quem é você? __ perguntou.
__ Isso não importa __ respondeu, o abutre.
__ Meu nome é Pepe! Estou procurando a felicidade! Você pode me dizer onde encontrá-la?
__ Isso não existe, garoto! Você deveria voltar para sua casa e desistir. Você nasceu e está condenado a morrer. É só isso.
__ “Não pode ser assim, acredito que viver seja mais do que esperar a morte chegar”
Pepe seguiu seu caminho. De repente um barulho estranho chamou sua atenção. Olhou para o alto e viu uma ave muito colorida.
__ Que faz aqui? Quem é você? __ perguntou Pepe.
__ O que faço aqui? Você já imaginou como seria feia esta árvore se eu não existisse. Sou a arara, a ave mais bonita da floresta.
__ Quero tanto ser feliz e você parece saber... Pode me ensinar?
__ Se você não é feliz jamais será! Existem leis que nós não podemos mudar. Sou bonita e colorida! Eu nasci assim, já você, quase não tem cor! Como poderá ser feliz? __ disse isso e voou, na maior algazarra.
Mas, Pepe, não acreditou na arara:
__É impossível que a vida seja assim! Meus pais parecem tão felizes e não são tão coloridos! Deve haver outra maneira!
Amanheceu novamente e junto com os primeiros raios de sol, Pepe escutou o canto de um pássaro. Levantou a cabeça e contemplou uma linda ave que saudava o dia com toda força e alegria. 
___ Oi! Como você é bonito. Como canta com suavidade e alegria!
___ Faço o melhor que posso. Minha missão é essa. Sou feliz assim respondeu o canarinho.
___ Que bom que você é feliz, mas o que é a felicidade? Você pode me ajudar a ser feliz?
___ Tudo que eu sei é que a felicidade é algo que cada um deve trazer dentro de si para repartir com os outros. Ajudar-lhe eu posso, cantando um pouco para você. O importante é que cada um possa fazer bem aquilo que tem como ideal e, cantou como nunca havia cantado antes. Depois partiu.
“Fazer bem o que tem como ideal! Isso é que traz a felicidade! Mas, qual o meu ideal?”, pensou inquieto. Chegou à noite. Aquela escuridão lhe fazia ficar com mais medo, mas foi naquela noite que a jovem águia conheceu uma velha e sábia coruja.
___ Como você é misteriosa! __ exclamou Pepe. ___ já ouvi dizer que você sabe de tudo. É verdade?
A coruja olhou nos olhos dele com um olhar penetrante e disse: sim, é verdade, sei até o que você está buscando... então, ouça bem o meu conselho: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo”. Você não precisa ir muito longe. O que você procura está bem perto de você e batendo as asas o deixou pensativo.
Buscando decifrar os segredos da coruja Pepe caminhou muito, conheceu muitos lugares e aves diferentes, mas parecia que cada dia ele sabia menos da vida e de si próprio. Até que um dia...
___ Oi o que você faz por aqui? ___ perguntou lhe uma voz desconhecida.
___ Não sei muito bem, respondeu Pepe. Procuro algo que possa me ajudar a descobrir a felicidade.
___ Meu nome é Vado. Eu nasci nas montanhas algumas luas antes de você... Também não sei muito sobre a vida, mas vivo intensamente o pouco que sei, afinal a vida é muito curta.
___ Eu sou Pepe. Já há um bom tempo resolvi conhecer a floresta e buscar a felicidade, mas não estou muito satisfeito.
__ É preciso tranquilidade e paz para que possamos compreender nossos corações, amigo. Quem não dá tempo para si mesmo jamais descobrirá o segredo da felicidade. Mas, conte-me sobre o que você já descobriu ___ Pediu Vado.

Pepe então contou toda a sua história, falou de seus pais e de como deixou o seu lar. Falou de todas as aves e animais que conheceu e que marcaram sua vida...
___ Conheci uma vez, até uma Gaivota! Ela estava chegando do mar, veio falando de homens, navios, coisas do outro mundo. Tive vontade de ir com ela para conhecer o mar, mas, ela disse que cada um tem a sua missão e que lá não seria meu lugar! Mas, onde então é o meu lugar? Que caminho seguir?

E Pepe começou a chorar...  
___ Chore meu amigo e não tenha vergonha. Quem é capaz de chorar é capaz de sentir a vida e vibrar com ela.
___ Eu sou muito complicado. ___ responder Pepe. ___ Desculpe-me.
___ Você não é complicado, você é você, cada um é único e especial no seu jeito de ser e assim merece ser compreendido, respeitado e amado.
___ Não busco muita coisa... Só quero ser feliz. Você é capaz de entender?
___ Sim, Pepe, há coisas que só vivendo a gente compreende!
___ Mas andei por todos os cantos da floresta, olhei por todos os lados e não encontrei a felicidade.
___ Creio que você não olhou para o lado mais importante. Pense nisto. Agora devo ir.
___ Não se vá! Fique comigo! Não me deixe só...
___ Eu voltarei! Procure lembrar-se de tudo o que aconteceu não para lamentar o que perdeu, mas para colher tanta coisa que foi semeada e que ainda vai florir. E lembre-se disso: nunca se está só quando se tem um amigo.

 Naquela noite Pepe não dormiu, procurou fazer como seu amigo lhe disse. Foi a noite mais longa de sua vida e talvez a mais importante também. No outro dia, Vado retornou logo que o sol nasceu.
___ Olá Pepe! Senti saudades.
___ Oi amigo! .Pensei muito está noite e cheguei a uma conclusão....
____ Diga-me Pepe, estou curioso.
____ Sabe Vado, você tinha razão quando disse que havia um lado para onde eu ainda não tinha olhado na minha busca pela felicidade! Para dentro de mim mesmo. Talvez tivesse medo de me decepcionar mais uma vez e, por isso, buscava longe o que estava perto de mim. Agora sei que muitos podem me ajudar e me dar alegria, mas se eu não me ajudar, não me aceitar, nunca saberei acolher o bem que os outros me fazem. Felicidade depende de cada um saber o que pode fazer de sua vida. Agora eu sei que sou águia, preciso voar bem alto como os meus pais, como você. Se lá em cima eu não ficar, águia não serei.
___ Você está certo Pepe, mas você deve saber que não é fácil, precisará de muito esforço.
___ Sei disso Vado, mas tenho uma grande força dentro de mim e agora tenho um ideal. Além de tudo, tenho amigos como você que me estimulam a seguir sempre em frente sem desanimar.

E conversaram longamente. Vado partiu, mas ficou no coração de Pepe. Depois de muitos dias de tentativas, Pepe conseguiu voar. Aperfeiçoou-se bastante até que subiu muito alto e seus pais perderam-no de vista. Hoje, é uma águia muito feliz que às vezes confunde-se com a mais linda estrela que brilha no céu.
Fim!
Felicidade em excesso pode ser ruim? (Clique aqui e saiba mais sobre o assunto)